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CRÔNICAS E DEVANEIOS

Amigos... Em breve, meu novo livro: "CRÔNICAS & DEVANEIOS" - Editado pelo Clube de Autores. Aguardem!


sexta-feira, 21 de setembro de 2012



 
Hoje eu recebi dois textos, que me levaram a refletir
(um pouco mais) a respeito da vida. Um deles fala sobre o perdão. Um texto belíssimo, em forma de oração, que nos ensina a perdoar os nossos pais, nossos antepassados, os verdadeiros responsáveis (abaixo de Deus) pelo milagre da vida.
O outro, um texto de Roberto Shinyashiki - médico psiquiatra, pensador, escritor de sucesso – que
nos dá uma verdadeira lição de como encarar os tropeços de nossa existência, com coragem e bom senso.
Não é nada fácil perdoar os que nos ofendem, que
nos humilham, colocando-nos em um grau muito
abaixo daquele em que gostaríamos (e imaginamos) estar. Não é fácil andar de cabeça erguida quando
fomos feridos no interior de nossa dignidade,
nos atirando, muitas vezes, em profundo estado de depressão.
Somos humanos, afeitos a altos e baixos de nossa personalidade, às mudanças e alterações significativas
em nossas emoções em que dependemos de mãos fortes que nos puxem para cima.
A vida é isso. Alegrias e tristezas, fracassos e sucessos, vontades e abatimentos, erros e acertos. Tornar-me-ei
um vencedor se andar por caminhos tortuosos, sem esmorecimento? Serei uma pessoa melhor se conseguir
perdoar todos os que, de alguma forma, contribuíram para o negrume de meus dias? Conseguirei perdoar
a mim mesma por não haver superado momentos de letargia em que o meu ego mergulhou?
A vida é bela, seja como for. Viver é uma arte, uma emoção à parte, um jardim de belas e eternas flores.
Cabe a nós regá-lo, todos os dias, com água límpida de nosso amor, com calma e perseverança, sem tropeços.
A saudade é coisa boa de sentir, desde que não nos entreguemos a ela, como nosso último porto. Só não tem saudade quem nunca viveu momentos sublimes. Das passagens tristes, ninguém gosta de se lembrar.
A solidão é companheira, a partir do ponto em que precisamos nos voltar para nosso interior, que nos permite a reflexão profunda sobre nossas ações. Ir ao fundo da solidão e lá nos estagnarmos, não é promissor para a evolução de nosso estado emocional e psíquico. Enfim, tudo isso me levou a uma única conclusão no dia de hoje: somos responsáveis por nossos fracassos e vitórias até certo ponto, desde que saibamos aparar as arestas dos desgostos, buscando o equilíbrio entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. Nossa felicidade não depende dos outros, do que nos fizeram, do que pensam a nosso respeito. Ela é pessoal e intransferível e, sendo assim, depende apenas de nós mesmos.

 
 

(Maria Emilia Pereira)
 
 
Um dia de muita
Luz e Paz a todos!
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

RETRATO DA VIDA

 
 

Sem dramas, sem crises...
A vida como ela é!
 
(Milla Pereira)
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A FALA PERDIDA...

 
 

 
 

Os pensamentos vagam
dentro deste silêncio absoluto de minha alma!
As palavras me fogem e eu não tento buscá-las.
Não as necessito...
O que explode em meu peito é um frágil grito
Um sussuro... A calma!
Um copo dágua... Um calmante.
Chove lá fora
após dias e dias
de secura
de amargura
e estia...
A cama chora
a solidão fria...
Vou me recolher em mim
Nessa triste albergaria.
Se o espelho me refletisse
nesse instante
Veria, então,
a transtornada face
a indecisão
o impasse...
A pergunta que se cala
em minha perdida fala!
 
 
(Milla Pereira)

 

 

 

... E ÓTIMA TERÇA FEIRA A TODOS!
*´*(())*´*
 

domingo, 9 de setembro de 2012

DA BOEMIA



 
 

Chegou como alguém que nada queria,
como uma onda que invade a terra...
Como o soldado que volta da guerra,
beijou-me (tanto) quase à asfixia!

 
Despiu-me de toda melancolia,
trazendo a esperança que me aferra.
E serenou o vento que encerra
mais um capítulo de m’agonia!
 

Chegou maltrapilho qual vagabundo,
como andarilho que percorre o mundo
e devagar se apossou de mim....

 
Tomou conta de toda a minha vida
e em seus braços encontrei guarida,
antes mesmo que me encontrasse o fim.

  

(Milla Pereira)
 
 

sábado, 8 de setembro de 2012

ASSIM É A VIDA!


 


De repente você se descobre velho. Olha-se no espelho e se depara com uma imagem desgastada pelo tempo. A que você não conhecia (ou que evitava conhecer). Já não consegue fazer tudo que se permitia antes. Aparece uma ruga aqui, uma dobrinha ali, um fio de cabelo prateado. Ou muitos!

 

As dores, inevitavelmente, surgem. E você procura o médico com muito mais assiduidade. Até quando não está sentindo nada. Prevenção! Sua paciência está por um fio! Mas você se controla mais. Você sabe até onde pode ir ou por onde não pode mais seguir. Dizem que é a sabedoria... Menos mal, para quem anda mal das pernas.

 

Suas piadas já não provocam o mesmo efeito de antes. Ninguém mais acha graça em você! Os jovens, então, o fitam até com uma pontinha de desprezo. Pensam que não vão envelhecer, um dia!

 

Você se produz toda para sair às ruas, tentando melhorar a aparência (afinal, você já foi bonita um dia). Já não ouve assobios de admiração do sexo oposto. E... Mesmo que os ouvisse, você não está no clima para prestar atenção, não em a menor importância p’ra você.

 

Seus filhos, os filhos de seus amigos, já são pais e você percebe quanto tempo se passou! Os amigos de sua juventude, os colegas de Faculdade, também estão velhos. Alguns, enfrentando problemas de saúde. Outros, já não estão mais neste plano. É a realidade! Você começa a se vestir diferente. Aquela calça jeans apertadinha, boca estreita, já não lhe cai bem. E, se você se veste com um pouco mais de ousadia, todos te olham espantados, com ares de reprovação!

 

É... Você envelheceu cara! Está velho e nada poderá fazer para reverter a situação, ainda que recorra às plásticas que, muitas vezes, o tornam ainda mais desfigurado. Você se recusa aceitar os fatos, porque ainda se sente a mesma pessoa de antes. Acalenta sonhos, alimenta ilusões... Mas você está velho!

 

Você ainda faz amor... Mas não é mais como antigamente, ao som do Stevie Wonder... Johnny Mathys... The Platers... Lembra? “Only you…” A paixão já não te arrebata mais! O que ninguém, talvez, perceba, nem você mesmo, é que a gente começa a envelhecer no dia em que nasce! E, se lhe serve de conforto, isto não é um privilégio seu. Acontece a todos!

 

Mas resta a experiência, as lembranças dos anos vividos loucamente, o germe plantado, cuidado com carinho e, finalmente, a colheita! E, se você soube plantar, com dignidade e firmeza de caráter, soube fazer amigos e conservá-los ao longo de sua existência, agora colherá os frutos - doces, como foi a sua vida! E, apesar das contradições, das oposições ao seu estado de espírito... Você é feliz! Muito feliz!

 

 

(Milla Pereira)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

CRÔNICA & DEVANEIOS!



  


Ergo-me da letargia mórbida em que vivia, vislumbrando no horizonte, novas chances de refazimento de minhas forças. Gloriosa alavanca que me despertou deste pesadelo do qual, pensei, jamais pudesse me libertar.

Saio correndo por vias escuras, que se iluminam quando me vêem passar. Abro os braços, grito de alegria! É o dia... É o dia! Busco expulsar todos os fantasmas que em mim viviam, abrindo espaço para a realidade, cruelmente esquecida em uma gaveta pequena e escura, onde o mofo das lembranças tornara-se o único dono e senhor.

Ali, meus sentimentos mais impuros, haviam feito morada; a escravidão de meus sentidos era cada vez mais forte. Atava-me as mãos atrás de minha cabeça, sem dar-me a menor possibilidade de movimentos. Tolhia-me o âmago mais profundo e a liberdade, tão desejada, parecia-me algo inacessível. Jamais a alcançaria!

Repentinamente, vi-me naquele corpo inerte, quase morto e experimentei o pior dos sentimentos – a auto piedade; olhei-me no espelho e tive medo. Eu não me reconhecia... Meus pés estavam presos como se bolas de ferro os segurassem ao chão. Seria patético, não fora tão dramático!

Mas eu acordei da apatia, da indolência extrema, que quase me anulava. Arrebentei correntes, quebrei tabus, libertei-me dos padrões pré estabelecidos, ditados que são pela ignorância dos poderosos, dos ineficientes. O sagrado não existe para se cultuar e prometer oferendas. Sagrados são os meus sentimentos, a minha vontade de ser. Sagrada é a minha vida!

Chorem os torturadores, os imbecis e os sequestradores de almas cândidas. Que se danem os predadores do pensamento livre, da liberdade de ir e vir. Os vis e imprestáveis laços já não me atam mais. Meu silêncio me liberta. A minha alma deserta recusa-se a aceitar regras que não pode seguir. Alma bandida!



Saio dos outros, para viver em mim! A vida me sorri novamente!

 

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